A nova diretoria da Fetracom-DF foi eleita hoje (15/05) durante o II Congresso da federação, que ocorreu no Clube do Sindicom-DF. O presidente Washington Neves foi reeleito, assim como o vice-presidente Julimar Roberto e a secretaria de finanças, Geralda Godinho. O índice de renovação no quadro da entidade foi superior a 50% em relação à antiga diretoria.
A eleição fechou os trabalhos realizados durante o congresso, que reuniu as principais expoentes do sindicalismo brasileiro, como Delúbio Soares, Jacy Afonso, dois dos fundadores da CUT Nacional, o advogado Antônio Alves, que tem larga experiência no debate jurídico de questões relevantes para vida sindical, Nasson Antônio de Oliveira, secretário de finanças e um dos fundadores da Contracs.
Os palestrantes apresentaram temas que abordaram as conjunturas políticas e econômicas locais, regionais e nacionais. Delúbio Soares fez avaliação sobre ação que o empresariado faz atualmente contra os trabalhadores, com o objetivo de reduzir gastos com mão de obra, o que significa redução salarial e perdas de diversos direitos.
Soares afirmou que essa é uma tática antiga e conhecida. “Eles querem aproveitar um temor infundado, criado pela elite conservadora, de que o país está em crise e pode quebrar para retirar direitos. Só que o Brasil não vai quebrar e os trabalhadores precisam resistir a esse ataque que ameaça diretamente as conquistas dos últimos anos”.
Soares também disse que os sindicatos precisam ter “olho de águia” no cenário político atual para definir as estratégias para o futuro.” Os trabalhadores obtiveram muitas conquistas durante o governo do Partido dos Trabalhadores, mas os sindicatos precisam olhar para frente agora. Definir as estratégias de atuação para os próximos cinco, dez, vinte anos”, disse.
Jacy Afonso também defendeu a reorientação das ações sindicais para a aproximação com o trabalhador, já que a estrutura de comunicação social do Brasil encontra-se engajada em manipular os fatos em favor de um ponto de vista que interessa somente a elite. “A comunicação está na mão dos empresários e eles a utilizam para incutir na mente do trabalhador uma visão errada da realidade e não podemos permitir isso. Temos que criar formas para levar a verdade ao trabalhador”, avaliou.
Já o advogado Antônio Alves fez uma explanação detalhada sobre os efeitos da PL 4330, também conhecido como PL da terceirização, que atualmente tramita no Senado Federal sob o número PLC 30. “É uma proposta flagrantemente agressiva ao trabalhador e que desconstrói totalmente o arcabouço jurídico de proteção aos seus direitos. Os sindicatos devem combater, sem descanso, essa proposta”, avaliou.
