A Fetracom-DF, com o apoio da CUT, do Sindnações, Sindicom-DF e Sintramacon-DF, realizou, nesta terça-feira (02/10), uma manifestação de apoio ao trabalhador Carlos Augusto Pereira, que está acampado em frente à Embaixada do Chile, desde o dia 17 de setembro. Os trabalhadores se reuniram em frente à embaixada desde as 8h da manhã.
Carlos Agusto Pereira, que tem 53 anos, decidiu acampar em frente à embaixada com o objetivo de reivindicar os seus direitos trabalhistas. Carlos Augusto trabalhou como motorista na embaixada durante 14 anos, mas foi demitido com justa causa há dois. “Eles me deram uma conta para pagar e esqueci, estava saindo de férias. Quando voltei, me mandaram embora sem direito a defesa”, argumentou.
Diante da situação, ele entrou na justiça contra a embaixada solicitando o recebimento das horas-extras, que totalizam o montante de R$ 100.613,93, e ganhou em todas as instâncias. A última determinação judicial, que aconteceu no dia 23 de janeiro deste ano, dava um prazo de cinco dias para a embaixada pagar o valor devido. No entanto, nada aconteceu até o momento.
Para a Fetracom-DF, a ação da embaixada foi abusiva e ilegal. A Federação, que está dando total apoio ao trabalhador, aproveita para denunciar a fragilidade vivida pelos trabalhadores brasileiros em organismos internacionais, principalmente embaixadas, que não cumprem a legislação trabalhista brasileira. “Esse trabalhadores precisam de mais atenção do poder público brasileiro. Eles vivem no limbo, entre a realidade brasileira e a alegada soberania desses organismos, que os obrigam a cumprir rotinas de trabalho abusivas”, comentou Washington Neves, presidente da Fetracom-DF.
A Fetracom-DF, o Sindnações e a CUT-DF estão em contato direto com a representação chilena, na tentativa de conversar pessoalmente com o embaixador e resolver o problema o mais rápido possível.
Segundo o secretário de Administração e Finanças da CUT-DF, Julimar Roberto de Oliveira Nonato, o caso de Carlos Augusto ultrapassa a questão meramente jurídica. “Para além da questão trabalhista, trata-se de uma questão humanitária. É desumano o que estão fazendo. E não é possível que o governo brasileiro fique de mãos atadas. Temos que encontrar uma saída para esse caso”, disse, lembrando que o tratamento de Carlos Augusto custa cerca de R$ 3 mil por mês.